O Trigo no Brasil é atacado por um número grande de doenças. As condições climáticas, onde predominam temperaturas altas e precipitações pluviais frequentes , favorecem o desenvolvimento de diversas doenças, principalmente aquelas causadas por fungos. Essas podem ser responsáveis por perdas elevadas no rendimento e na qualidade do trigo. Estudos demonstram que a perda de 44,61% da produção, equivalente a 1.152 kg (19,2 sacas de 60 kg) de trigo por hectare, foram atribuídas às doenças fúngicas.
Oídio: Doença causada por Blumeria graminis f.sp. tritici, ocorre na epiderme da planta, formando um aspecto algodonoso, devido ao micélio do fungo.
Inicialmente ocorre pequenas manchas brancas, mas com o tempo se tornam acinzentadas. Também é possível observar clorose, após a clorose a atividade do fungo diminui. A massa branca de esporos, denominados de conídios é pulverulenta e desprende-se facilmente da planta e é levada pelo vento. Sob ataques intensos , toda planta é atacada, iniciando a infecção na base da planta, atingindo até a espiga. Os efeitos causados pelo fungo são irreversiveis e o tecido lesionado é levado a morte.
Ferrugens: Bipolaris sorokiniana(mancha marrom), Stagonospora nodorum (mancha da gluma) e Drechslera tritici-repentis (mancha bronzeada). Esses microorganismos formam lesões necróticas com halo clorótico e possuem capacidade de sobreviver na semente. Portanto, o aumento da intensidade desses fungos em lavoura está diretamente condicionado a três fatores: ao uso de sementes infectadas, à monocultura e ao plantio direto.
Giberela do Trigo: Giberella zeae,a giberela é facilmente identificável quando ataca a espiga. Os sintomas iniciais são localizados em uma ou várias espiguetas, podendo evoluir e disseminar-se por toda espiga. As espiguetas atacadas apresentam-se descoloridas, com aspecto esbranquiçado.O principal inóculo para infecção em espigas é constituído pelos ascósporos provenientes de peritécios formados nos tecidos senescidos de inúmeras gramíneas cultivadas.
Mosaico Comum do Trigo: Soil-borne wheat mosaic virus (SBWMV), o vírus é transmitido pelo fungo Polymyxa graminis, fungo de solo, o vírus está presente dentro dos zoósporos do fungo. Alta umidade no solo, temperaturas entre 15º e 18ºC e solos de pH neutro ou ligeiramente alcalino são condições favoráveis a ocorrência da doença. Além do trigo, outras gramíneas como a cevada, o centeio, são hospedeiras do vírus. Os sintomas no campo são caracterizados pela presença de plantas amareladas, de crescimento retardado, com distribuição predominante em áreas onde a drenagem não é boa. O sintoma típico em folhas é o mosaico que se caracteriza pela alternância de áreas verdes e amarelas.
Imagem do Mosaico Comum do Trigo.
Imagem da Giberela do Trigo
Imagem de Oídio na folha do Trigo
Millena Ganem Bannwart e Carlos Egito Jr.
http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_co22.htm
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